O mineiro, que não abre mão de uma boa prosa acompanhada de um cafezinho, anda espantado com os preços da sua bebida favorita. Se antes o ritual de coar um café fresco ou pedir um pingado na padaria era um prazer acessível, agora virou motivo de preocupação. No início de 2025, o preço do café disparou, deixando muita gente se perguntando: cadê o café que estava aqui?
No início de 2025, os consumidores brasileiros estão sentindo no bolso o impacto do aumento expressivo no preço do café. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o café acumulou uma alta de 40% nos últimos 12 meses, representando um dos maiores reajustes já registrados.
Principais fatores para a alta
As condições climáticas adversas desempenharam um papel crucial nessa escalada de preços. Secas prolongadas e temperaturas elevadas afetaram significativamente as lavouras de café, especialmente as de arábica, que sofreram uma redução de 10,5% na produção. Esses eventos climáticos extremos resultaram em estresse nas plantas, levando ao abortamento dos frutos e, consequentemente, à diminuição da oferta.
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Além disso, a valorização do dólar e o aumento da demanda global por café contribuíram para a elevação dos preços. A combinação desses fatores criou um desequilíbrio entre oferta e demanda, pressionando ainda mais o mercado.
Impacto no consumidor
Em Belo Horizonte, o preço médio do café registrou aumentos significativos entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o pacote de 1 kg de café moído era comercializado, em média, a R$ 35,09 em janeiro de 2024. Em dezembro de 2024, esse valor subiu para R$ 48,57, representando um aumento de aproximadamente 38%.
Especificamente em Belo Horizonte, o café moído apresentou uma alta de 16,84% em janeiro de 2025, contribuindo para o aumento de 0,84% no custo da cesta básica na capital mineira.
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Além disso, uma pesquisa realizada pelo site Mercado Mineiro revelou que o preço do pacote de 250g do café 3 Corações aumentou 18,9%, passando de R$ 13,75 em novembro de 2024 para R$ 16,35 em janeiro de 2025. O preço médio do cafezinho puro também subiu 7,13%, chegando a R$ 1,75, enquanto o pingado teve alta de 4,58%, alcançando R$ 2,01. Esses aumentos refletem a tendência de elevação nos preços do café observada em todo o país durante esse período.
Perspectivas futuras
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Analistas de mercado preveem que a tendência de alta nos preços do café deve persistir até 2026, uma vez que as lavouras necessitam de tempo para se recuperar e estabilizar a produção. Enquanto isso, os consumidores brasileiros precisam se preparar para conviver com preços mais elevados em seu tradicional cafezinho diário.
Foto Capa: Stock Photo – Teste Grátis