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COMEÇAM AS FILMAGENS DE MAKUNAIMA XXI, RELEITURA INDÍGENA E CONTEMPORÂNEA DO CLÁSSICO DE MARIO DE ANDRADE

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Dirigido por Felipe M. Bragança e Zahỳ Tentehar, o longa mergulha na ancestralidade, no mito e no presente, com elenco que inclui Itallo Makuusi, Mario Jorgi, Gaby Amarantos e Bruno Gagliasso.

Começa a ser rodado nesta semana Makunaima XXI, longa-metragem que propõe uma releitura potente e original de um dos maiores ícones da literatura brasileira: Macunaíma – O Herói Sem Nenhum Caráter, de Mário de Andrade. Com direção conjunta do cineasta Felipe M. Bragança e da artista, cineasta e pajé Zahỳ Tentehar, o filme reimagina o herói brasileiro a partir das narrativas dos povos originários do norte do país.

Ao invés de simplesmente adaptar o texto modernista de 1928, Makunaima XXI ressignifica o mito à luz das cosmologias dos povos Makuxi e Taurepang (Pemon), incorporando vozes indígenas na criação do roteiro e na condução estética da obra. O roteiro foi escrito por Bragança em diálogo com Tentehar e o artista plástico Denilson Baniwa, com colaboração do antropólogo Hermano Vianna.

A multiplicidade de olhares também se manifesta no elenco. O personagem-título será interpretado por diferentes atores ao longo da trama: Itallo Makuusi, Mario Jorgi, Gaby Amarantos e Bruno Gagliasso assumem o protagonismo em distintos momentos da jornada do herói. A proposta é plural: um Makunaima feito de muitos — corpos, raças, vozes e tempos.

“A gente costuma dizer que o filme será uma aventura cômica e cósmica brasileira, jogando com os estranhos caminhos que nos tornaram esse país tão afetivo, cruel e misterioso”, define Felipe M. Bragança.

“Antes de tudo, para mim, esse é um filme originário. Já estava mais que na hora de termos uma versão dessa história que também nos contemplasse como indivíduos pensantes. Filmar, para mim, é uma reza. É sobre ouvir os espíritos e transformar escuta em linguagem”, afirma Zahỳ Tentehar.

A direção de arte mistura elementos indígenas e futuristas, sob a batuta do premiado Denilson Baniwa — vencedor do Prêmio PIPA 2021 e curador do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza 2024 — em parceria com Elsa Romero. O longa também prestará homenagem a Jaider Esbell, artista macuxi que faleceu em 2021 e teve papel fundamental na difusão da arte indígena no Brasil e no mundo.

As filmagens acontecerão em locações que reforçam o eixo simbólico e territorial do filme: a reserva Raposa Serra do Sol (RR), Manaus (AM), Brasília (DF) e também estúdios e interiores no Rio de Janeiro.

Produzido por Marina Meliande, Makunaima XXI é uma realização da Duas Mariola Filmes, com coprodução da Globo Filmes, Promenades Films (França), Foi Bonita a Festa (Portugal) e distribuição da Vitrine Filmes.

Sinopse:

Brasil, Século XXI. Em um mundo assolado por crises ambientais, pandemias e guerras, nasce um menino indígena em uma aldeia isolada no norte da Amazônia. Acredita-se que ele seja a reencarnação de Makunaima, o criador do mundo, que voltou para impedir o apocalipse. Em busca de sua identidade mítica e do grande amor perdido — Ci, a mãe da floresta —, o jovem Makunaima atravessa o país em uma jornada épica em busca de uma semente mágica com poderes desconhecidos. Uma reinvenção lírica, ancestral e contemporânea do clássico de Mário de Andrade.

Capa: Zahỳ Tentehar, Mario Jorgi e Bruno Gagliasso – Crédito foto Guilherme Tostes