O Governo de Minas Gerais lançou nesta segunda-feira (26/5) a terceira edição do Minas Junina, programa que se consolidou como uma das principais políticas públicas de valorização da cultura popular e tradicional do estado. Com previsão de movimentar 3,3 milhões de pessoas em todo o território mineiro, a iniciativa representa um marco na descentralização cultural e no fortalecimento da integração entre cultura e turismo.
O Minas Junina 2025 está integrado ao DescentraCultura, programa inédito no Brasil que assegura a descentralização efetiva da promoção cultural. A iniciativa articula municípios, artistas e comunidades no que já se tornou o maior circuito junino realizado em Minas Gerais, estabelecendo um novo paradigma de políticas culturais territorializadas.
Mais de 400 municípios mineiros participarão das celebrações com apoio direto do Estado, seja através de fomento via editais regionais, valorização dos patrimônios imateriais, ou recursos do ICMS Cultural. Essa abordagem garante autonomia e protagonismo às cidades na preservação e ativação de seus bens culturais e festejos tradicionais.
“O DescentraCultura é mais que uma política de fomento: é uma política integral, que vai da base – com o apoio técnico e os editais – até a promoção, comunicação e valorização da cultura nos palcos da capital e do interior”, explica o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.
Impacto econômico da economia criativa
Os números demonstram a força econômica do programa. Em 2024, segundo dados da Diretoria de Economia da Criatividade da Secult-MG, a captação via Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LeiC) alcançou R$ 159 milhões, mobilizando centenas de projetos em festas populares, quadrilhas, reinados, congados, folias e diversas expressões artísticas.
Essa movimentação financeira se traduz em geração de empregos, fortalecimento do turismo local, valorização da identidade mineira e dinamização das cadeias produtivas da cultura. O investimento representa uma aposta estratégica no potencial transformador da cultura como vetor de desenvolvimento regional.

Com a destinação inédita de 30% dos recursos públicos para a cultura popular e tradicional, Minas Gerais se posiciona como referência nacional em políticas culturais democráticas, inclusivas e territorializadas.
Na capital, o Arraiá da Liberdade será o palco simbólico dessa integração entre capital e interior. Promovido pela Fundação Clóvis Salgado nos jardins do Palácio da Liberdade, o evento acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de junho, reunindo dezenas de grupos de quadrilha, congos, catopês e outras expressões culturais vindas de todas as regiões do estado.
O evento celebra o ciclo junino como momento de encontro, fé, arte e mineiridade, criando uma vitrine das tradições do interior mineiro no coração da capital. A programação representa a materialização do conceito de descentralização cultural, trazendo para Belo Horizonte a riqueza das manifestações populares do estado.
Reconhecimento do patrimônio afro-mineiro
O Minas Junina 2025 também reforça o reconhecimento das Congadas como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, título conquistado em 2024. Para este ano, o Estado amplia os investimentos nas tradições afro-mineiras com editais exclusivos e apoio técnico através do Programa de Proteção da Cultura Afro e do DescentraCultura.
Essa iniciativa reconhece a importância fundamental das manifestações de matriz africana na formação da identidade cultural mineira, garantindo recursos específicos para sua preservação e promoção.
É no interior que o Minas Junina revela seu verdadeiro poder de transformação social e cultural. Cada região do estado contribui com suas particularidades e tradições, criando um mosaico rico e diversificado de celebrações.
No Vale do Mucuri, Pavão se destaca com o Forró do Regaço, evento que movimenta moradores e visitantes com shows, danças e comidas típicas. A cidade exemplifica como as festividades juninas fortalecem o sentimento de pertencimento e atraem o turismo regional.
Piranguinho, no Sul de Minas, realiza com orgulho a XVIII Festa do Maior Pé de Moleque do Mundo, celebração reconhecida como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais. O evento consolida a importância das tradições culinárias nas festividades populares.
Na Região Central, o Festival Junino de Paraopeba já se estabeleceu como evento de grande apelo regional, demonstrando a capacidade de crescimento e profissionalização das festividades locais. Enquanto isso, Rio Paranaíba estreia o 1º Juninão na Praça, com expectativa de se tornar referência no Alto Paranaíba.
Capilaridade e identidade local
A capilaridade do programa se evidencia na participação de municípios como Itinga, Janaúba, Jequitinhonha, Lagoa da Prata, São João Nepomuceno, Pedra Azul e Monte Azul, entre tantos outros. Cada cidade contribui com suas manifestações culturais específicas, criando festas que unem fé, música, dança e identidade local.
Essa diversidade demonstra a riqueza do patrimônio cultural mineiro e a importância de políticas públicas que reconheçam e valorizem as especificidades regionais. O Minas Junina 2025 se consolida assim não apenas como um programa de festividades, mas como uma estratégia abrangente de desenvolvimento cultural e turístico.

O sucesso crescente do Minas Junina aponta para um futuro promissor das políticas culturais descentralizadas em Minas Gerais. O programa se estabelece como modelo de gestão cultural que alia preservação patrimonial, desenvolvimento econômico e fortalecimento da identidade regional.
A expectativa de movimentar 3,3 milhões de pessoas em 2025 demonstra o potencial transformador da cultura como vetor de desenvolvimento, consolidando Minas Gerais como referência nacional em políticas públicas inovadoras para o setor cultural e turístico.
Capa: Lançamento Minas Junina 2025 – Foto Leo Bicalho – Secult-MG