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UMA DOCE VIAGEM A SÃO BARTOLOMEU – ENTRE TACHOS DE COBRE E AFETO MINEIRO

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No coração de Minas Gerais, entre montanhas, rios e memórias preservadas no tempo, São Bartolomeu nos recebeu de braços abertos — e tachos ferventes. Fui em ótima companhia: Rosilene Campolina e Eugênia Mara, duas mulheres inspiradoras que sabem o valor de uma boa conversa e de uma mesa farta. Fomos para a tradicional Festa da Goiaba, também chamada carinhosamente de Festa do Doce. Mas a experiência foi muito além das delícias.

E como toda boa viagem mineira, essa também foi recheada de muita risada e prosa boa. O mais difícil era saber quem ia falar primeiro — cada história mais saborosa que a outra. E claro, não poderiam faltar as paradas estratégicas: um pão com linguiça simplesmente perfeito, nos fez fazer silêncio por alguns minutos (só o pão mesmo conseguiria isso!). Depois, ainda fomos surpreendidas com um sorvete com especiarias da culinária paquistanesa — uma mistura ousada e deliciosa.

Logo na chegada, já sentimos que essa seria uma viagem para guardar na memória. Além do cenário encantador, tivemos a sorte de encontrar uma escritora local que nos contou um pouco sobre a história do lugar, incluindo a lenda do “Sino Mudo”. Conta-se que o sino da igreja foi roubado, restando apenas o badalo de prata. Enquanto o novo sino de bronze não chegava, colocaram provisoriamente um rústico sino de madeira. O provisório virou definitivo. Até hoje, o sino de madeira permanece no campanário. O toque do badalo na madeira não produz som algum, mas mesmo assim encanta — por sua simplicidade, resistência e simbolismo.

E, claro, não poderia faltar o grande show da viagem: mexer o tacho de cobre fazendo doce ao vivo. Uma cena que parece saída de um livro, onde o tempo desacelera e a vida parece mais doce — literalmente.

Ao voltar pra casa, levei comigo um tesouro de sabores: os doces do Edutijulo. E não resisti, claro. Fui abrindo um por um, com calma e reverência.
O doce de figo em calda me levou direto pra casa da minha infância. Foi como um carinho da minha mãe, que adorava fazer doce de figo. Um verdadeiro afago — feito à mão ou à mãe.
O doce de leite? Irresistível. A geleia de goiaba foi uma surpresa boa, que adorei.
E a goiabada cascão… ah, essa ganhou um pedaço generoso no prato. Se Minas tivesse um sabor, ele seria essa goiabada cascão com queijo é claro. Macia, saborosa, e com aquelas lascas de goiaba que sempre surpreendem — mesmo quando a gente já espera por elas.

São Bartolomeu foi mais do que um destino. Foi um encontro com o passado, com o sabor da terra e com a força das histórias simples que resistem ao tempo. Foi, sem dúvida, um doce encontro. E deixou um gosto de quero mais.