Maior evento do gênero no Brasil reúne tradição, inovação e afeto em um só lugar, transformando Congonhas no palco da cultura alimentar mineira.
Congonhas viveu, no domingo (18), um dia de aromas, sorrisos e tradições no ar. O Festival da Quitanda chegou à sua 25ª edição consagrado como um dos mais importantes eventos gastronômicos e culturais de Minas Gerais e do Brasil — e celebrou esse marco com afeto, criatividade e o sabor inconfundível de receitas que atravessam gerações.
O Festival da Quitanda de Congonhas é, acima de tudo, uma celebração coletiva. É um daqueles eventos que a cidade inteira abraça com orgulho — das quitandeiras às famílias que se reúnem para saborear as delícias, passando por jovens, crianças e turistas que chegam cada vez em maior número para conhecer e se encantar com as iguarias típicas que fazem desse festival um dos mais saborosos e autênticos do Brasil. Congonhas se enfeita, se perfuma de forno e afeto, e se transforma em um verdadeiro palco da cultura alimentar mineira.


Esse sucesso não seria possível sem o compromisso e a dedicação da Prefeitura Municipal de Congonhas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura – Secult Congonhas, cuja atuação é vital para a realização do festival. O apoio do prefeito Anderson Cabido, o olhar atento e sensível do secretário de Cultura Pedro Cordeiro, e a contribuição essencial de Silvana Fialho — que há anos empresta seu talento e, como muitos dizem, seu próprio DNA ao evento — são fundamentais para que o Festival da Quitanda continue crescendo e se consolidando como o maior festival de quitanda do Brasil. A cada edição, mais do que um evento, o festival se firma como um movimento de valorização da cultura, do sabor e da identidade mineira.

E é impossível falar do sucesso do Festival da Quitanda sem destacar o cenário que o acolhe com tanta beleza e simbolismo: o Espaço Romaria. Com localização estratégica no coração de Congonhas, o local é ponto de partida para uma imersão cultural completa. De lá, é possível visitar o Museu de Congonhas e ter acesso direto ao Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, verdadeiro tesouro do barroco mineiro.
O conjunto arquitetônico e paisagístico — composto pela igreja, o adro com as célebres estátuas dos profetas esculpidas por Aleijadinho e as seis capelas dos Passos — é reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Assim, o festival une o paladar à arte, o sagrado ao popular, e transforma a experiência em algo memorável para moradores e visitantes.
Quitandeiras de Coração e Profissão

O Festival da Quitanda vai muito além de um concurso gastronômico — ele é um poderoso instrumento de valorização cultural, social e econômica para Congonhas e, especialmente, para as quitandeiras, que encontram no evento uma vitrine de reconhecimento e incentivo ao seu saber ancestral. É por meio desse espaço que tradições são preservadas, receitas ganham novos rumos e histórias de vida se transformam. O festival fortalece o sentimento de pertencimento e movimenta a economia local, gerando oportunidades e reafirmando o orgulho de ser mineiro.
O Festival também se fortalece como um espaço de valorização e salvaguarda do saber fazer das quitandeiras, que estão agora no centro de um importante processo de reconhecimento patrimonial. A antropóloga Talita Roim, pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), integra a equipe responsável pela elaboração do dossiê para o reconhecimento do ofício das quitandeiras como Patrimônio Cultural Imaterial — uma conquista que abrangerá Minas Gerais e Goiás. Segundo ela,

“Estamos em processo prático da pesquisa de campo, que agrega entrevistas, história oral das quitandeiras e a etnografia, metodologia de pesquisa própria da antropologia para observação do saber fazer das quitandas. Acreditamos que esse período da pesquisa é imprescindível para o resultado esperado, que deve se desenrolar até meados de 2026, quando a entrega do dossiê é feita para avaliação final do IPHAN.” Talita completa: “Certamente o reconhecimento do ofício trará benefícios inestimáveis. Como bem cultural nacional, as quitandas ficarão em evidência, podendo trazer mais recursos para manutenção desse saber.”
VENCEDORES DO 25º FESTIVAL DA QUITANDA DE CONGONHAS
Um dos momentos mais aguardados do Festival da Quitanda de Congonhas é, sem dúvida, o anúncio das vencedoras da tradicional competição, que reúne mais de 80 quitandas inscritas, cada uma carregando sabores, memórias e histórias singulares. A expectativa toma conta do público, das quitandeiras e dos jurados, todos unidos pelo mesmo sentimento: a celebração da cultura e da cozinha afetiva mineira.


Sob a curadoria da incansável e talentosa Professora Rosilene Campolina, que mais uma vez conduziu com elegância e sensibilidade a banca de jurados, foram eleitas as melhores quitandas do festival em quatro categorias:, Prata da Casa, Quitanda Regional, Comércio Especializado e Melhor Stand. Ao lado de profissionais da gastronomia, cultura, decoração, jornalismo e outros segmentos, tive a honra e a responsabilidade de integrar esse seleto grupo de jurados — não apenas para avaliar, mas para viver, sentir e divulgar cada história, cada receita, cada gesto que transforma a quitanda mineira em um patrimônio afetivo e cultural, aqui pelo Minas Um Luxo.







VENCEDORES POR CATEGORIAS:
PRATA DA CASA

1º lugar Prata da Casa
“Churros Mineirinho” (pastel de angu doce com doce de leite e queijo minas), de Maria Aparecida Palomino

2º lugar Prata da Casa
“Pão artesanal de moranga com recheio de carne”, de Raquel Gomes Ramalho

3º lugar Prata da Casa
“Bolo de coalhada com parmesão”, de Rosangela Rodrigues de Freitas
QUITANDA REGIONAL

1º lugar Quitanda Regional
“Bolo de casca de banana com rapadura”, de Tânia Rosa Rodrigues Quintão – Piranga

2º lugar Quitanda Regional
“Rocambole de doce de café”, de Jaci de Oliveira Andrade – Lagoa Dourada

3º lugar Quitanda Regional
“Biscoito de café”, de Janira Aparecida Agnete – Nova Lima
COMERCIO ESPECIALIZADO

1º lugar Comércio Especializado
“Tentação de Minas”, de Floripes Oliveira Flores Pinto

2º lugar Comércio Especializado
“Torta salgada de frango com palmito”, de Neuza Aparecida dos Santos Baia

3º lugar Comércio Especializado
“Mineirinho crocante”, de Regielle Patrícia da Silva
MELHOR STAND

Melhor Stand
Vencedora: Barraca 17, de Débora Cristina Alves Dias Pena
Até o próximo pedaço de história
A cada fornada, uma lembrança. A cada quitanda, uma identidade preservada. O Festival da Quitanda de Congonhas é mais do que um evento: é um manifesto em defesa da memória, do afeto e da riqueza cultural mineira. Que venham muitos outros anos de sabores e encontros — e que possamos continuar contando essa história, pedaço por pedaço, com o mesmo carinho que sentimos ao saborear uma boa quitanda.
